sábado, 8 de janeiro de 2011

TREINAMENTO FUNCIONAL

                                          TREINAMENTO FUNCIONAL


                         As últimas décadas foram marcadas por grandes avanços tecnológicos, com descobertas de curas de doenças, acesso ilimitado às informações mundiais em tempo real, enfim, estamos literalmente conectados 24h.

                       Por outro lado, houve uma adaptação do homem a este novo cenário. Ficamos dependentes da nossa evolução, passamos várias horas em frente ao computador, as atividades diárias requerem menos movimentos, e ainda assim nos falta tempo, pois tudo acontece muito rápido e precisamos acompanhar esta velocidade, senão ficamos para trás, defasados... por isso temos pouco tempo para nos alimentar e quando “sobra tempo” tem que ser muito rápido, gerando uma ansiedade enorme, além de fazermos uso de “fast foods”, que estão longes de serem saudáveis. Muitas conseqüências desta adaptação já começam a aparecer e estão relacionadas à saúde do homem, como se a obra se voltasse contra o criador. Não é à toa que as doenças relacionadas ao coração são as que mais matam no mundo, assim como a enorme quantidade de crianças obesas e com hipertensão. Além disso, o sedentarismo tem criado pessoas nãofuncionais, incapazes de realizar movimentos básicos e inatos do ser humano, com encurtamentos e desequilíbrios musculares crônicos, levando, assim, a adaptações estruturais físicas em todo corpo.

                       Com este perfil, a sociedade atual precisa de novos treinamentos e visando essa carência surgiu o Treinamento Funcional, criado a partir da reabilitação, onde movimentos eram usados para recuperar lesões e posturas inapropriadas, principalmente de atletas.
                  
                       Posteriormente, foi incorporado às rotinas de treino, melhorando a eficiência no esporte e prevenindo novas lesões. A partir disto, adaptou-se este método a sociedade atual com todas as suas deficiências.

OBJETIVOS

                   O principal objetivo do Treinamento Funcional é tornar o corpo humano uma máquina de locomoção eficiente, com o foco na melhora do desempenho dos movimentos.

                   No corpo humano, a produção de movimento é estruturada na integração dos sistemas: nervoso, esquelético e muscular que, juntos, compõem a Cadeia Cinética

                   De acordo com Boyle (2003), Função é essencialmente o propósito. Se a Cadeia Cinética desempenhar da melhor maneira possível sua “Função”, o movimento será mais eficiente.

                  E todos os sistemas da Cadeia Cinética devem trabalhar em conjunto para produzir movimento e se um sistema não trabalha apropriadamente, irá afetar outros sistemas e, conseqüentemente, o movimento.

A PRODUÇÃO DE MOVIMENTO

SISTEMA ESQUELÉTICO ----- SUSTENTA
SISTEMA MUSCULAR     -----  EXECUTA
SISTEMA NERVOSO       ------ CONTROLE

                         Faz-se necessário uma avaliação estruturada da Cadeia Cinética para detectar que sistema está deficiente, além de uma avaliação de movimentos que irá mostrar músculos e articulações desalinhadas. Baseado nisto, deve ser elaborado o treinamento voltados para correções de encurtamentos e fraquezas musculares.

                         Por isso, o Treinamento Funcional pode ser usado para todos objetivos, podendo melhorar o desempenho de movimentos de um atleta, tornando-o mais veloz, forte e equilibrado. Mais ainda, pode melhorar o desempenho de movimentos do cidadão comum, para que ele possa executar melhor as atividades da vida diária, assim como sua postura.
DESEQUILÍBRIOS MUSCULARES

                         Os desequilíbrios musculares causam uma estrutura anormal e ineficiência funcional da cadeia cinética. São alterações no comprimento dos músculos, alterando o o alinhamento das articulações. Esses músculos podem estar super estimulados ou enfraquecidos, causando uma variedade de mecanismos

As principais causas são:

_ Estresse Postural
_ Movimentos Repetitivos
_ Lesões Acumulativas
_ Controle Neuromuscular Alterado
_ CORE Fraco
_ Treinamento Ineficiente

PADRÃO DE SOBRECARGA

                        Um expressivo número de pessoas na sociedade atual tem desequilíbrios musculares que resultam em padrão de sobrecarga, que consiste na repetição do mesmo movimento. Podemos citar aqueles alunos de academia que treinam sempre as mesmas rotinas.

                        Mas este padrão de sobrecarga não é somente relacionado ao exercício. Se considerarmos pessoas que têm ocupações que requerem movimentos repetitivos ou posturas inapropriadas, como dentistas, funcionário de produção e aqueles que ficam horas sentadas ao computador, todos exercem um estresse repetitivo ao corpo ao longo do dia.

                      Os desequilíbrios musculares ocorrem normalmente em razão de três fenômenos:
inibição recíproca, dominância sinergística, disfunção artrocinética, que, conseqüentemente, altera o Controle Neuromuscular.

Controle Neuromuscular Alterado :
Inibição Recíproca - Dominância Sinergística – Disfunção Artrocinética

INIBIÇÃO RECÍPROCA
                       É o conceito de uma inibição muscular causada por um agonista encurtado, diminuindo o estímulo neural no antagonista. Por exemplo, um psoas (Flexor do Quadril) encurtado diminuirá o estimulo neural no seu antagonista, glúteo máximo (Extensor do Quadril)
DOMINÂNCIA SINERGÍSTICA
                       É o fenômeno neuromuscular que ocorre quando os músculos sinergistas assumem a função dos músculos inibidos ou enfraquecidos. Aproveitando o exemplo anterior quando o psoas é encurtado gera uma inibição recíproca no glúteo máximo e o resultado disso é um aumento de força nos sinergistas (isquios tibiais, adutores e eretores da coluna) para compensar o enfraquecimento do glúteo máximo.

DISFUNÇÃO ARTROCINÉTICA
                       O termo artrocinética refere-se ao movimento das articulações. E disfunção artrocinética é uma disfunção biomecânica e neuromuscular levando a um alterado movimento articular que causa uma ineficiência nos movimentos. Por exemplo, uma rotação externa dos pés no movimento de agachamento força a tíbia e fêmur a rodarem externamente. Isso altera o alinhamento dos joelhos e quadril, forçando o glúteo máximo (agonista) a trabalhar numa posição encurtada e diminuindo a habilidade de gerar força, tornando o bíceps femural e pirifome (sinergistas) dominantes, alterando a artrocinética e aumentando o estresse nos joelhos e lombar. Geralmente, esse estress alterar o recrutamento muscular e o mecanismo articular.

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